A mais recente chinesa a chegar ao Brasil é a Haima, que esteve no Salão do Automóvel de 2010, mas só agora, mais precisamente no próximo mês, começa a vender seus produtos no país.A marca estreia com três modelos: o hatchback Haima 2, o sedã Haima 3 e o crossover Haima 7. Mas até o fim do ano deve apresentar um compacto, o Haima 1, além da versão hatch do Hai- ma 3 e da automática do Haima 7.
A marca chega com boas referências. Criada em 1988, ela integra o portfólio da empresa FAW (de First Automobile Works), que tem como parceiras VW,Toyota e Mazda.A Haima nasceu de uma joint- venture com a Mazda: Hai vem do nome do lugar onde a empresa foi criada, Haikou, e Ma, de Mazda.
A sociedade durou até 2006, mas a Mazda ainda colabora no desenvolvimento de novos projetos, segundo Abdul Ibraimo, presidente da Districar, empresa que representa a Haima no Brasil.
No início de março, a Districar assinou o protoco- lo de intenção de instalar uma fábrica no Brasil, no Espírito Santo, para produzir veículos das três mar- cas que representa - Haima, SsangYong e Changan. Contudo, até o fechamento desta edição, o sucesso da Bramo - Brasil Montadora deVeículos - dependia ainda das resoluções do governo para o setor.
Com ou sem fábrica, no entanto, a Haima já está pronta para iniciar a operação, segundo Ibraimo. Na chegada, a marca terá uma rede de concessionárias pequena, com cerca de 15 pontos, localizados nas principais capitais do país e no Distrito Federal. A cidade de São Paulo terá dois endereços. Os carros terão três anos de garantia, ou 60000 km, e não devem ter problemas com peças de reposição, de acordo com o executivo: "Contamos com um volu- me de 211 000 peças, de 1 570 itens diferentes."
O crossover Haima 7 deve ser o carro-chefe da Haima no Brasil. Segundo o importador, na estreia, a expectativa de vendas é a mesma para os três modelos que serão oferecidos pela marca. Mas o crossover deve se destacar, quando ganhar uma ver- são automática, o que pode ocorrer no fim deste ano. Inicialmente, o Haima 7 terá apenas uma caixa de marchas - manual - e duas opções de acabamento: Comfort e DLX. O motor será sempre o 2.0VVTi de 150 cv e a tração, 4x2, dianteira.
A versão Comfort, mostrada aqui, vai custar 64 900 reais e a DLX, 74 900 reais. A impressão é que a Districar apontou a artilharia para o Hyundai Tucson, vendido nas versões manual (64 000 reais) e automática (74 900 reais). Mas também mantinha na mira o Renault Duster, que tem valores entre 61 500 e 65 800 reais, para as versões equipadas com motor 2.0, manual e automática, 4x2 e 4x4.
Sem câmbio automático e sem tração integral, o Haima fica em clara desvantagem. Entretanto, quan- do se considera o que ele oferece como itens de série, a distância diminui. Já na versão mais simples o Hai- ma 7 tem rodas de alumínio aro 16, duplo airbag, ABS, ar-condicionado, piloto automático, volante multifuncional, repetidores nos retrovisores exter- nos, sistema de som (com entradas auxiliar e USB), sensor de estacionamento e sensor de pressão nos pneus. Na top, há dois airbags laterais, ESP, teto
solar, bancos elétricos e de couro sintético - além de ar-condicionado automático e rodas aro 17.
Quando se abre o capô do motor, nota-se que todos os componentes são de fornecedores chineses. Em alguns casos, os ideogramas ocultam empresas ocidentais, como é o caso da Bosch, que fornece o sistema de freiosABS e a central do motor.
O acabamento tem pontos elogiáveis no que diz respeito aos encaixes das peças, tanto na carroceria quanto na cabine. Mas o painel poderia passar a impressão de melhor qualidade. A ergonomia tam- bém deixa a desejar: falta apoio ao corpo e a alavan- ca do câmbio fica distante da mão.
Bem calçado nos pneus 235/70 R16, o crossover tem bom comportamento dinâmico. Sua direção é leve mas precisa e a suspensão (McPherson na frente e multilink atrás) é confortável, mas firme - ajudada pela carroceria de elevada rigidez. Ao rodar por pisos irregulares, nota-se a solidez do conjunto, pela ausência de torções e ruídos.
O Haima acelerou bem, com tempo de 12 segun- dos nas provas de 0 a 100 km/h, mas foi lento nas retomadas, com 15,2 segundos nas passagens de 60 a 100 km/h em quarta marcha. Na hora de parar, vin- do a 80 km/h, ele precisou de 25,9 metros. Boa mar- ca. O consumo não foi ruim, mas poderia ser melhor. O crossover fez as médias de 8,1 km/l na cidade e 10,9 km/l na estrada, rodando com gasolina.
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
direção é leve;
os freios, eficientes; e a suspensão, firme, mas confortável.
★★★★
MOTOR E CÂMBIO
O câmbio está bem escalonado, mas o motor é despretensioso.
★★★
CARROCERIA
No estilo, lembra
o Renault Duster. Tem boa rigidez torcional.
★★★
VIDA A BORDO
O acabamento
é de qualidade, mas a ergonomia é ruim.
★★★
SEGURANÇA
Versão Comfort tem ABS e duplo airbag. DLX vem com ESP e quatro airbags.
★★★★
SEU BOLSO
Precisaria custar menos para ser competitivo.
★★
VEREDICTO
Ele tem virtudes em acabamento, consumo e conforto ao rodar. Mas custa caro e carece de câmbio automático.

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