
"Vá pra China!" A pejorativa frase - típica da infância - ganhou outro contorno. Se você não foi até ela, a China veio até você em produtos. A JAC, por exemplo, lança seu terceiro modelo e promete surpreenderSó há três meses no Brasil, a montadora asiática fechou o primeiro semestre como a segunda importadora de veículos. A Kia é a primeira. A garantia, que é ofertada em seis anos, tornou-se um dos principais atrativos assim como o preço convidativo.
Além do J3 (hatch e sedan), a montadora quer ir além. Para tanto, lança o J6 - uma minivan que custa R$ 58.800, versão de cinco lugares, e R$ 59.800, na de sete.
Impressões
Visualmente, o novo modelo agrada, pois é simpático aos olhos. As linhas e contornos do carro, por inteiro, passam modernidade. Nesse ponto, os italianos capricharam, já que o design ficou sob a custódia deles. Fitando-os, percebe-se que os faróis dianteiros têm um pouco estilo Peugeot, ou seja, "vazados nas laterais". De mãos dadas com a tendência, as sinaleiras estão também nos retrovisores. Já as maçanetas, nesse modelo, não são cromadas, mas da cor do modelo.
Em termos de espaço, os passageiros, dependendo do tamanho, isto é, acima de 1 metro e 80 centímetros, podem passar um pouco de aperto. Na terceira fileira o espaço é limitado. Entretanto, atende o público infantil. Com os dois assentos "extras", o porta-malas é bastante reduzido. Sem eles, a JAC divulga capacidade para levar 720 litros.
A J6 traz dois avanços em relação aos J3: ajuste de altura para os cintos da frente e comando central para travar e destravar portas.
O volante é em couro e de série. Dessa forma, a pegada é bem melhor. Com ajuste de altura, ele tem botões para controle de volume do som e para troca das rádios. Entretanto, o comando não alterna entre as emissoras que já estão programadas. No console central há entrada USB. Mas a qualidade do som deixa a desejar. No painel predomina o tom azul. Mas é possível regular a intensidade da luz.
Na prática
Nas avenidas e rodovias de São Paulo, quando o ponteiro chega a 120 km/h, o do conta-giros marca 3.900 rpm. Apesar da alta rotação, o ruído do motor não incomoda. A não ser quando o modelo passa em pisos irregulares.
Entretanto, as imperfeições das vias são bem absorvidas pela suspensão, independente nos dois eixos. Com configuração "dual link" atrás, ela apresenta bom acerto, como comprovamos.
O motor 2.0, de 136 cv e 19,1 kgfm, desenvolve bem nas retas. Em termos de curiosidade, ele substituirá o 1.8 oferecido na China e empurrará razoavelmente os 1.500 kg da J6, que leva 10,2 s para alcançar 100 km/h.
Segundo a JAC, o carro sofreu várias transformações para se adaptar ao "jeito brasileiro". É bom lembrar ao leitor em letras garrafais que o carro, o J6, só vem na versão gasolina e não flex.
A transmissão é mecânica, de cinco marchas. Seus engates não são ruins, mas fazem um pouco de barulho, assim como o pedal de embreagem de longo curso, que apresentava rangido na versão avaliada. A transmissão automática não está nem estará disponível tão cedo. Essa conclusões são do responsável pela importação do J6, o brasileiro Sérgio Habib, presidente do Grupo SHC.
O primeiro lote da J6 chega ao país nesta primeira semana de agosto. Parte dele já está comprometido: segundo a JAC, 600 unidades foram vendidas - mesmo sem oportunidade de test drive. A expectativa é de que entre 1.000 e 1.500 unidades sejam emplacadas todos os meses.
Ceará e China
Na Ásia, a JAC está no mercado desde 1969, época que fabricava caminhões. Com os anos, começou com carros populares. A fabricante chegou ao Brasil este ano. No Ceará, a montadora avisou que no 2° semestre, em outubro ou novembro, abrirá uma concessionária em Fortaleza.O repórter viajou a São Paulo (SP) a convite da JAC
Ficha técnica
Motor: 2.0 16 V (a gasolina)
Potência: 136 cv
Transmissão: Mecânica (5 pra frente + a ré)
Direção: Hidráulica
Porta-malas: 198/720 l
Capacidade: 5 ou 7 pessoas
0 a 100km/h: 10, 2 segundos
Preços: R$ 58.800/ 59.800
*Preços sujeitos a alteração
Fique por dentro
Perfil do consumidor
Na apresentação do J6 à imprensa foram revelados dados de uma pesquisa realizada com 131 compradores do modelo. 65% deles são homens. De maneira geral, o J6 foi adquirido por pessoas na faixa dos 33 aos 55 anos, casadas e com filhos. 25% dos compradores já possuem três carros ou mais. 11% chegaram à revenda por indicação de alguém. 54% das pessoas compraram o modelo na primeira visita à concessionária. Entre os que não fecharam negócio na hora, 55% voltaram dentro de no máximo uma semana para faze-lo. 25% vão levar para casa a versão com cinco lugares. Os demais, compraram a configuração Diamond, com sete assentos. 27% dos compradores não comparou o J6 com nenhum outro modelo antes de fazer sua opção.
IMAGENS: JAC MOTORS

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