sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Governo aumenta IPI para carros importados.

O governo anunciou na quinta-feira (15) o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos importados e que não se encaixam nas normas de nacionalização de componentes.  O reajuste vale a partir de hoje (16) e ficará em vigor até dezembro de 2012. Sofrerão com o aumento: automóveis, caminhões, caminhonetes e veículos comerciais leves.

A medida tem objetivos claros: aumentar a taxa de nacionalização dos veículos montados no Brasil, mas que tem parte de seus componentes importados. Outro ponto é regularizar o abalo sofrido pelas montadoras já instaladas no país há muito tempo com a chegada das novas marcas. Em especial as chinesas, que trazem ao mercado nacional carros com preço competitivo, e que em seu valor agregam peças e equipamentos geralmente ofertados como opcionais pelas fabricantes mais tradicionais. 

As montadoras terão 60 dias para regularizar sua linha de montagem com as novas regras. Neste prazo o imposto continua com o valor atual. Entretanto, o governo brasileiro em meio de nota publicada em seu portal oficial, reforça a ideia de que o reajuste não foi feito para impedir o crescimento das novas marcas, mas sim para beneficiar as montadoras que cumprirem as metas de nacionalização de produtos, além de realizar seis das onze etapas de fabricação em território nacional (entre a etapas estão: fabricação de motores e montagem de chassis).

De acordo com o ministro da Fazenda Guido Manteiga, “O Brasil passou a sofrer o assédio da indústria internacional. O consumo de veículos está aumentado, mas essa expansão está sendo preenchida pelas importações. Existe o risco de exportamos empregos para o exterior”. 

Parceria Comercial – Seguindo acordo firmado entre o Brasil e os países Argentina e México, os componentes importados desses mercados não sofrerão com o reajuste. Portando, os carros que usam peças trazidas pelas marcas de indústrias que trabalham nesses dois mercados, valem como se fossem produzidas no mercado interno.   

Chinesas devem sofrer

Responsáveis por apenas 2% da fatia de importados comercializados no Brasil, a chinesas (JAC, Chery, Lifan, etc) são as que mais sofrerão com o reajuste. Com a invasão do mercado com seus carros equipados e com preços super competitivos, as montadoras já estabelecidas no país entraram em estado de choque. Com a capacidade de seus estoques em alta, as montadoras, recentemente, tiveram que liberar os funcionários para férias coletivas para que a queda no volume de vendas não causasse demissões. 

Outro lado


“Esperamos que o Governo reavalie sua decisão deixando o seguimento de carros esportivos e de luxo, fora desta sobre taxa de mais 30% sobre o IPI”, disse o Gerente Geral da importadora Só Veículos, Humberto Neiva, quando indagado sobre a posição da empresa em relação ao ajuste de 30 pontos percentuais anunciado ontem pelo governo. Neiva justifica sua posição afirmando que o seguimento que a importadora atua (carros de luxo) não compete com o mercado nacional, que não produz nenhum carro de luxo acima de 3000 cc. 

O gerente conclui que “Certamente este aumento para o nosso seguimento de carros cujo valor é superior aos R$300.000,00; e que já estava com uma redução nas vendas de 50% a cerca de três meses, desde o terremoto no Japão, foi uma medida desnecessária e reduzirá ainda mais as vendas”. 

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