
Os exemplos estão por todos os lados e fazem parte da oferta de muitas montadoras. Na tabela dos mais vendidos, figuram nas primeiras colocações o Volkswagen Gol e o Fiat Uno. Tanto o Gol G5 como o novo Uno contabilizam nesta performance, mas o G4 e o Mille também possuem uma grande parcela no resultado final, já que entra na conta os emplacamentos do Gol Geração 4 e do veterano da Fiat.
"O G4 complementa nossa oferta atingindo um patamar um pouco inferior de preço onde o Gol G5 não atua", explicou o gerente de marketing de produto da Volkswagen, Henrique Sampaio. "Cada um deles possui posicionamentos diferentes como produto e de preços. Com isso atingem tipos diferentes de clientes", afirmou. Atualmente, o preço de entrada do Gol G4 é R$ 27.830, enquanto quem optar pelo G5 vai pagar o preço mínimo de R$ 29.650. Essa diferença se torna mais visível na relação do Mille com o Novo Uno. Enquanto a versão mais "popular" sai por R$ 23.850, o preço de entrada do Novo Uno é R$ 26.490.
"Alguns clientes dão muita importância à atualização do veículo e aos itens de tecnologia disponíveis e, neste caso, vão para o G5, outros nem tanto, estão mais preocupados com o uso básico do produto como meio de locomoção aliado ao custo-benefício e, neste caso, partem para o G4", disse Sampaio.
Sedãs
Outro segmento que também se aproveita da estratégia para abocanhar uma fatia diferente de consumidores é o dos sedãs. Um dos casos mais famosos é o Corsa Sedan e o Classic da Chevrolet. O segundo nasceu como uma versão do primeiro Corsa nacional e, até hoje, mesmo buscando públicos alvo diferentes, ainda compartilham semelhanças históricas que nos fazem lembrar a época em que os dois eram um só. No Classic, por exemplo, o painel remete ao Corsa Sedan 95. Entretanto, os dois hoje se distanciaram. Enquanto o Classic é um dos sedãs mais baratos do mercado, com preço aproximado de R$ 28 mil, o Corsa Sedan tem um motor mais potente e custa a partir de R$ 37 mil.
Isso também acontece na Ford: o New Fiesta chegou a um segmento que o Fiesta Sedan não atingia. "O New Fiesta tem por objetivo atrair consumidores mais sofisticados, com maior poder aquisitivo e que buscam um produto diferenciado em design e tecnologia no segmento B-Sedan", contou o Gerente de Produto da Ford, Eduardo Basso. Com isso, a marca conseguiu atingir um diferente tipo de compradores sem perder os antigos. "Desde o lançamento do New Fiesta, as vendas do Fiesta Rocam Sedan não foram afetadas", falou o executivo. "O grande volume de sedãs ainda é do Fiesta Rocam. Até o dia 20 de abril, para ter uma ideia, foram emplacadas 2.300 unidades do Fiesta Rocam Sedan e 800 unidades do New Fiesta", afirmou Basso. "Em nossa linguagem, o New Fiesta não canibalizou o Rocam. "
Sobrevivente
Há ainda outra vertente dos sobreviventes, a dos modelos que possuem mais de uma carroceria, mas só uma passa pela atualização. Este é o caso do Renault Grand Tour. Antes versão perua do Mégane, o modelo sobreviveu à chegada do Fluence. Apesar de não ser um carro novo, o Grand Tour lidera o segmento no Brasil. "Parte do sucesso do Grand Tour é devido ao reposicionamento do modelo, que ganhou um preço mais competitivo e teve o pacote de opções reduzido para a versão topo de linha com motor 1.6", informou a Renault.
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