Defasados ou não, o fato é que Siena Fire e Classic resistem ao longo dos anos e ainda figuram entre os dez carros mais vendidos no País. Entre janeiro e maio deste ano, cada um foi responsável pela venda de mais de 40 mil unidades.
Chevrolet Classic, por Fernando Pedroso
A reforma deixou o veterano da GM com um visual menos defasado, apesar de ele ainda usar ferramentais aposentados da última geração chinesa do carro. No território asiático, o modelo se chama Sail, em sua segunda geração, bem diferente do Classic brasileiro.
A frente não adotou o padrão visual da Chevrolet, com uma grande grade cortada por uma barra. Isso até é bom, já que as linhas mais retas atualizaram a dianteira do modelo. Uma pena que ela não converse com a traseira, que recebeu lanternas horizontais com linhas mais arredondadas. As laterais não sofreram alterações.
Ao entrar na cabine, a viagem no tempo é maior. O painel, as forrações e os botões são idênticos aos de 16 anos atrás, quando o Corsa foi lançado na versão hatch. As duas únicas mudanças estão nos instrumentos e no empobrecimento dos materiais, tanto os plásticos como os tecidos que formam o interior do Classic. Mesmo assim, o acabamento está acima da média dos populares, incluindo aí os “irmãos” Celta e Prisma.
Por se tratar de um projeto antigo, alguns defeitos são crônicos, como a direção deslocada para a direita (como no Agile; o compacto tem muito do Classic em seu DNA); o volante é leve, mas um pouco impreciso. Apesar disso, a dirigibilidade é boa, assim como a posição para dirigir; o estofamento dos bancos, no entanto, é mole demais.
O motor, compatível com o porte do carro, é o ponto alto do modelo. Trata-se de um bloco de 1,0 litro que rende até 78 cv com álcool a 6400 rpm e torque máximo de 9,7 kgfm a 5.200 giros. O Classic tem 905 kg e anda bem mesmo com o porta-malas de 390 litros carregado.
O Chevrolet Classic é vendido na versão LS por R$ 28.294, com conta-giros e preparação para som. Completo (ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros dianteiros elétricos e alarme), sai por R$ 34.534.
Fiat Siena Fire, por Anelisa Lopes
A compra de um carro popular é completamente racional. O primeiro quesito a ser levado em consideração neste caso é o preço do veículo. O Siena Fire permanece na linha com a carroceria da geração antiga do três-volumes para ser uma opção em conta para quem procura um carro para o dia a dia e precise de espaço no bagageiro. Os dois principais méritos do sedã popular da Fiat (desempenho satisfatório e 500 litros de capacidade no porta-malas), no entanto, são prejudicados pelo seu preço: R$ 29.470.
E o prejuízo é ainda maior quando se compara o valor do Siena ao do seu principal rival, o Classic, que acabou de sofrer mudanças e vem de série na versão mais barata com preparação para som e conta-giros (indisponível no Fiat). E, nesta categoria, R$ 1.000 fazem diferença. Com todos os opcionais disponíveis, o Siena Fire pode passar dos R$ 40 mil. Apesar da oferta de tantos itens, é inviável a compra de airbag ou freios ABS, por exemplo, em função do pouco custo-benefício.
Ao entrar na cabine, o motorista não se surpreende nem se decepciona. O acabamento é condizente à categoria do sedã, com pouca forração de tecido e plástico em abundância. O ajuste para encontrar a melhor posição para dirigir incomoda: a alavanca que fica por baixo do banco para ser puxada é dura e não trava com facilidade. A visibilidade dos para-brisas, tanto dianteiro como traseiro, agrada. O que dificulta é o tamanho dos retrovisores externos, pequenos demais para quem guia frequentemente no trânsito (como os taxistas, público fiel deste modelo).
A performance do carro na cidade causa até uma certa surpresa, levando-se em conta que é equipado com um modesto motor 1.0 de 75 cv de potência (álcool), já que a pedida por reduções não é tão frequente. É possível subir ladeiras facilmente em segunda marcha (somente com um passageiro). De acordo com a Fiat, o consumo com álcool é de 13,8 km/l na cidade. O tanque guarda 48 litros de combustível.
Veredicto de Fernando Pedroso e Anelisa Lopes – a renovação do desenho do Classic não vai fazer o carro ficar estacionado na porta do restaurante para exibição, mas ficou fácil diferenciar um carro recém-saído da concessionária de um com dez anos de uso. O preço é honesto para o carro e quem procura um sedã pequeno e barato, pode colocar o Chevrolet na lista de opções.
O Siena Fire seria uma escolha racional e própria para quem busca benefício acima de qualquer custo. Com carroceria antiga, falta de qualquer item de série e preço elevado em função destas características, no entanto, não fazem do sedã prioridade entre as possíveis opções a escolher neste segmento.
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